segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Autoridade x Autoritarismo

           
Autoridade- Poder legítimo, direito de mandar, autoridade das leis, de um pai, de um chefe.
Autoritarismo- Mando absoluto e arbitrário, forma de governo na qual o governante dispõe de poder ilimitado sobre a vida das pessoas.
                           
Quando se aborda este tema, percebem-se claramente no semblante de algumas pessoas, algo que os denunciam como possuidores de um místico de temor e revolta. Manifestação esta, oriundas de ações desumanas e truculentas de alguém que os feriu e o angustiou em determinado momento da vida, com o uso indevido de uma ferramenta que lhes outorgaram que é o poder de comando sobre determinada pessoa ou grupo de pessoas. Sem dúvida nenhuma, quem as concedeu, pôde vislumbrar momentaneamente que tal beneficiado (a), reunia algumas características essenciais para coordenar e liderar determinada missão, haja vista, o seu explícito desempenho em uma área da vida, que aparentemente lhes credenciava a posição de líder, pois suas habilidades e experiências manifestadas, lhes colocaram em uma posição de destaque em relação a outros. Não tendo nós humanos os atributos Divinos, para conhecer as inclinações ocultas dos corações, é notório que somos falíveis em nossas avaliações, e decisões na hora de escolhermos e elegermos alguém a tal posto. Coisa esta que tem gerado transtornos, insatisfações, conflitos e prejuízos na execução de tarefas, sob a supervisão de um líder desprovido de sensibilidade, humildade, compreensão, e às vezes, tentando esconder sua própria incapacidade, escudando-se no despotismo, que leva-nos a um quadro desolador de apreensão e indignação, efeito do autoritarismo sem autoridade.
Autoridade
Que em minha avaliação, considero ter um princípio fundamental indispensável a quem dela faz uso, ter uma vida respaldada na credibilidade ante a opinião pública, conduta ilibada, honestidade, integridade e transparência em suas atitudes e ações em sua trajetória no convívio em uma sociedade cada vez mais corrompida e contaminada pela ganância, além é lógico de uma vocação nata para tal fim. Como exemplo crível, temos a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, em suas realizações descritas entre outras, no livro de Marcos 1.22: Maravilhavam-se de sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. Chama-nos atenção para o fato de Jesus, ter uma vida irretocável diante dos Escribas, Fariseus, Saduceus e Sacerdotes, classes possuidora do poder de liderança, autoridades espirituais de direito na condução religiosa daquele povo, no entanto não tinham o respaldo nem aceitação de seus ensinos e orientações perante a maioria da população, principalmente quando puderam discernir e estabelecer o diferencial de quem despontava de fato com uma conduta inegavelmente agraciada pela aprovação Divina, haja vista ser o Filho de Deus, em legítima linha de submissão e obediência a vontade soberana do Pai. Destacava-se como autêntico possuidor e da evidente revestimento de Poder do Pai Celestial, e uma vida imaculada e inatacável diante de um povo sedento e faminto pelas verdades da Palavra de Deus.
Trazendo para o nosso atual cenário nos dias correntes, contemplamos infelizmente pessoas investidas de autoridade sobre determinadas áreas da sociedade, sem nenhum dos requisitos morais anteriormente elencados, fato este que lhes tornam supervisores fragilizados, vulneráveis e fadados ao fracasso em sua missão de comando. Aqui não levando em conta os chamados líderes forjados nos mecanismos escusos de apadrinhamentos e atendimento a interesses politiqueiros a mercê de outros que merecidamente destacam-se com confiabilidade, competência e habilidades na execução de um trabalho, distinguindo-se como líderes natos.
AUTORITARISMO
Conforme a própria definição’’Mando arbitrário’’, reflexo e resultado de alguém na linha de comando, desprovida das qualificações necessárias para tal exercício, e se escuda na arrogância, prepotência e violência sobre seus comandados, ferindo frontalmente os princípios democráticos que regem os relacionamentos e direitos humanos. Lamentavelmente é com profunda tristeza, que temos sentido na pele nos tempos presentes, atitudes, ações de homens e mulheres possuidores do poder de liderança, que agem de acordo seus particulares e proveitosos interesses, mesmo que a outrem venham a lhes causar danos e seqüelas.
Nesta linha de raciocínio, chamo a vossa preciosa atenção a uma coisa que não deveria acontecer em nossos arraiais evangélicos do nosso Brasil, quando algumas lideranças denominacionais, se postam e agem na missão que Deus lhes confiou, como autênticos senhores dos liderados e da verdade, julgam-se irrepreensíveis, acima de quaisquer avaliações, críticas construtivas, censuras, e aí de quem levantar alguma suspeita de desvio de conduta deste ou daquele gestor da causa Divina. Ao lermos a Bíblia Sagrada, temos o prazer e o privilégio de encontramos textos, que estão a nos instruir no caminho certo, e particularmente aqueles chamados e investidos de liderança da Seara do Mestre. Vejamos entre tantos textos sagrados, o que nos diz Paulo em ‘’II Timóteo 4.12b: torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza'' Modelo de gestão da Obra de Deus, principalmente porque o jovem Timóteo que despontava com as qualificações indispensáveis de um líder, lastreado pelo legado de vida cristã de sua mãe e avó, estava a lidar com seres humanos, obra esplêndida do Criador, pessoas de diversos perfis comportamentais, oriundas de culturas e formações as mais variadas.  Não eram elas assemelhadas ao lar do jovem pastor, deveria o mesmo ter todas as habilidades necessárias e acima de tudo o devido crédito daquele povo, que ao contrário dele, tinham sérias e contundentes cicatrizes de ferimentos que no passado sofreram, eram pessoas decepcionadas, angustiadas, revoltadas, deprimidas, desesperançadas, que encontraram e encontram no Evangelho o poder transformador e restaurador, dando uma nova e viva esperança, como disse o Apóstolo Pedro em sua I Epístola Cap1. v.3: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.”
Surge aí uma grande oportunidade na vida de Timóteo de demonstrar na prática, a autêntica autoridade sacerdotal na condução e reabilitação de vidas, coisa que carecemos estar revestidos do Fruto do Espírito, sejam líderes ou liderados, para termos a devida autonomia de vida aprovada por Deus, pois se isto nos faltar à tendência é querer nos impor no comando pelo autoritarismo. Vejamos ‘’Gálatas 6,22-23 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio’’
Esperamos que homens e mulheres de Deus neste país a fora, possam revestir-se do Poder dos Céus, através de uma vida de consagração e obediência aos princípios Sagrados da Palavra de Deus, e não permitir que a pureza dos princípios sagrados na administração na Obra de Deus, sofra detrimento, pela imposição de chamados líderes preocupados e envolvidos com interesses próprios ou de grupos que lhes cercam e desfrutam das benesses do poder, mesmo que a própria causa e liderados, venha a arcar com as conseqüências de uma má gestão, capitaneada pela batuta do autoritarismo.
O que temos visto nos dias atuais, são atitudes e comportamentos de pessoas que se dizem escolhidas, oxalá que realmente sejam não temos o direito de julgá-las, cada um dará conta de si mesmo a Deus, no entanto suas ações sinalizam distorções em conformidade aos ensinos bíblicos, principalmente com maior ênfase ‘’Autoridades Evangélicas’’, que conduzem seus rebanhos como particular propriedade, impondo regras arbitrárias de acordo com suas conveniências para manter-se a qualquer custo no poder de comando, isto qualifico como autoritarismo, coisa inaceitável diante de Deus, de um povo convertido, regenerado, adotado, livre e santificado para viver de acordo a vontade soberana do Senhor, a quem lhes tem dado toda Autoridade nos Céus e na terra sobre as hostes infernais e governar algo que lhes foi confiado de maneira pura, simples, transparente e sincera, e aí não necessita escudar-se no autoritarismo.
Autoria
Valdison Tourinho 
Pastor e Radialista

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